O mercado imobiliário está plenamente atrelado à receita de poupança ativa nos bancos, e o que alimenta a poupança – que é o investimento mais tradicional no mercado financeiro – está atrelado a renda fixa, juros futuros, e demais índices que formatam o envio de dinheiro a ela ou não. Com a grande captação de dinheiro depositado em poupança no ano de 2020, como reflexo do que aconteceu no sistema financeiro. Em 2021 o crédito imobiliário deve bater um novo recorde tendo em vista as liberações de linhas de crédito.
Projeções da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) indicam que as novas concessões de financiamento habitacional podem fechar o ano com um volume de R$ 160 bilhões. O valor é 27% maior do que o verificado no ano passado. E olha que em 2020 o crédito imobiliário já havia avançado 57,5% em relação a 2019.
O ano passado foi marcado por uma captação histórica da poupança. Some-se a esse cenário a queda na bolsa de valores, que fez muitas pessoas se assustarem e voltarem-se para o mercado imobiliário, que é mais tradicional e sem essa oscilação. E ainda tem a questão da renda fixa, que até 2019 deu um baita resultado financeiro, mas no final daquele ano e início de 2020 foi ao chão – o dinheiro saiu das aplicações e veio para o mercado imobiliário ou retornam para a poupança – que por consequência também alimenta o mercado imobiliário.
O impulso final para destravar a demanda represada no mercado veio com a queda de juros. As taxas nunca estiveram tão baixas! Com tamanha captação, a disponibilidade de dinheiro traz bancos oferecendo taxas a 3,99% e cooperativas de crédito trabalhando com 0,5% ao mês. Uma taxa de 6% ao ano é mais do que atrativa, certo? E ainda tem as fintechs, que chegaram com força ao mercado em 2018 operando com cartões de crédito e agora também oferecem financiamento imobiliário. As possibilidades para financiar um imóvel nunca foram tantas.
Soma-se a isto o fato curioso de que a própria pandemia e as mudanças que ela trouxe impulsionaram o processo de digitalização e de desburocratização nas operações de acesso ao crédito por parte das instituições, acelerando ainda mais a demanda e por consquencia a velocidade de compra e venda. Por fim, com IGP-M, índice usado para o reajuste de aluguel, acumula altas recordes e continuará acelerando nesse trimestre. O que leva muitos a represnsarem a troca do aluguel pela aquisição da "sonhada casa própria".
A alta do dólar e das commodities no mercado internacional puxaram o indicador para cima. O índice de maior peso do indicador, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que equivale a 60% do total e monitora preços no atacado, foi o que mais pressionou o IGP-M, explica Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Fontes:
Agora é a hora de comprar imóveis; saiba por quê | Portal GMC Online
IGP-M acumula alta recorde e continuará acelerando no 1° tri de 2021 (contadores.cnt.br)